segunda-feira, 25 de maio de 2015

Crítica teatral: Paraíso Zona Sul


A peça Paraíso Zona Sul está em cartaz em sua última semana, no Teatro da Sede das Cias, no bairro da Lapa. O texto inédito, de Jô Bilac, com direção de Nirley Lacerda, é uma costura de fragmentos que têm como temática encontros e desencontros, esquetes em que a histeria e o histrionismo dos personagens, confrontados com impasses e fraquezas, parecem ser a única maneira que encontram para lidar com situações-limite.
O histrionismo parece, então, ser a linguagem e a solução, em suma: uma ferramenta de comunicação. Referências a Nelson Rodrigues dão um toque especial a alguns desses esquetes, e a cidade é o que parece ligar cada um deles, representada por marcas no palco que remetem a Dogville, do cineasta Lars Von Trier, que, por seu turno, também remete ao teatro. O Grupo Fragmento tem a atuação de Ana Carolina Dessandre, Carolina Ferman, Diogo de Andrade Medeiros, Elio de Oliveira e Monique Vaillé, que se desdobram com engenhosidade para dar corpo e voz aos dezessete personagens do espetáculo.
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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Apreciação sobre a peça Grand Théatre Pão e Circo: um espetáculo


Grand Théâtre Pão e Circo, peça em cartaz durante este mês de maio no aconchegante Teatro da Sede das Cias, na Escadaria do Selarón, no bairro da Lapa, é um espetáculo. E isso não apenas por ser baseada no texto crítico de Guy Debord, o clássico A Sociedade do Espetáculo.
A peça começa com um grande alarido, uma sacudidela que inaugura os primeiros momentos do espetáculo, colocando a platéia pronta para um mergulho nas imagens projetadas no palco e para o monólogo que alterna diversas vozes e perspectivas na excelente atuação da atriz Carol Kahro, que é também a diretora e roteirista. A partir daí, tudo é irreversível: o texto, forte, nos coloca o tempo inteiro em frente a nós mesmos, porque nós mesmos somos os outros, nós mesmos somos cada um de nós, nós mesmos somos aquilo que não queremos ver de nós mesmos, nós mesmos somos Madalena, Zé Felipe, Das Dores, Carol, Marcelo, Eliesér e até Sílvio Santos nos recortes audiovisuais projetados nas telas espalhadas no cenário, nós mesmos somos o que é possível e, sobretudo, somos os componentes dessa sociedade imagética que, cada vez mais, se sustenta em eventos espetaculares (e especulares) do belo e do horrível, do espantoso e do insípido. Cada vez mais, trata-se, esse “nós mesmos” dificílimo de definir e resumir, de uma trilha de selfies onde todos viram celebridades de seus próprios mundos, onde suas biografias, editadas nas redes sociais, têm todo o brilho que a lente de um filtro do instagram ajuda a conferir nessa fuga desesperada da monotonia, do tédio e da solidão.
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sábado, 2 de maio de 2015

Cartoondelia, de Johandson Rezende (resenha)



Foi só agora, em abril de 2015, que o cartunista, quadrinhista e desenhista Johandson Rezende lançou sua primeira coletânea de quadrinhos, Cartoondelia, pela Editora Oito e Meio. O título, a junção das palavras ‘cartoon’ e ‘psicodelia’ são a perfeita síntese da forma e do conteúdo dos quadrinhos do artista. Aos que acompanham seus trabalhos, projetos e eventos há mais de uma década, foi o momento de dizer “até que enfim”. O livro, uma joia belíssima que dá gosto de ter em mãos, permite a organização das histórias que o desenhista não se cansa em espalhar pelo mundo (mais ainda depois do advento das redes sociais). Como bem escreve na orelha do livro o crítico de cinema Rodrigo Fonseca, “O poeta Johandson faz poema com nanquim, canetinha, grafite e lapiseira”.

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